Produzir "mais e melhor" e preferir produtos nacionais é "patriótico", Cavaco Silva
"É essencial, eu diria mesmo que é patriótico, produzir mais, produzir melhor e que os portugueses prefiram os nossos produtos", apelou o Chefe de Estado. De visita à feira agropecuária Ovibeja, que termina hoje no Parque de Feiras e Exposições de Beja, Aníbal Cavaco Silva quis renovar um apelo que já tinha deixado, há um ano, neste mesmo certame dedicado ao mundo rural. "Que as empresas de distribuição não deixem de apoiar os nossos agricultores, comprando a sua produção a preços justos", disse. Além disso, o Presidente da República apelou ainda aos consumidores para que, "nesta hora, que é tão decisiva para o nosso país, não deixem de olhar à origem dos produtos que compram e, sempre que possível, comprem os produtos portugueses". Só assim, explicou, os portugueses poderão "ajudar a diminuir os nossos desequilíbrios e contribuir para diminuir a nossa dívida com o exterior, que é o nosso grande problema, neste momento".
Num certame que, durante cinco dias, reuniu "mais de mil expositores", muitos deles ligados às actividades do mundo rural, o Chefe de Estado provou alguns produtos regionais, como o presunto ou o vinho. "Há muita coisa que, neste momento é importada", mas que "nós podemos produzir e produzir bem e de forma competitiva", insistiu. O Presidente da República fez ainda questão de alertar para "algo quase elementar para quem estuda um pouco de economia". "Se não aumentarmos as exportações e diminuirmos as importações, se não conseguirmos aumentar a poupança interna e se não reconquistarmos a confiança dos investidores internacionais, posso dizer que, no futuro, enfrentaremos problemas tão graves de financiamento da economia portuguesa como estamos a enfrentar", avisou.
Questionado ainda quanto às próximas eleições legislativas e sobre se o preocupa o cenário de afastamento entre os partidos, Cavaco Silva escusou-se a comentar. "A campanha eleitoral está neste momento em curso e há uma coisa que o Presidente da República não deve fazer que é interferir no desenvolvimento dessa campanha eleitoral", disse. A campanha eleitoral "é uma tarefa dos partidos", cuja actividade o Chefe de Estado disse respeitar. "Não irei comentar declarações de líderes partidários durante todo este tempo, até chegar o dia em que falarei aos portugueses, de uma forma geral, que será no dia 04 de Junho", véspera das eleições, acrescentou.